quinta-feira, 14 de abril de 2011

Não sei dizer

O telefone toca, coloco a mão dentro da ferida aberta e seguro meu coração com a mão direita enquanto a esquerda atende sua ligação. Ouvir sua voz faz meu coração disparar e isso machuca mais que qualquer coisa, então aperto forte meu coração e fecho os olhos com força. Você diz “olá” e eu pergunto “por quê?”, você diz “sinto falta” e eu acredito na verdade, que não é a que você diz, mas a que eu tinha tomado uns minutos antes. O copo que ficava em cima da mesinha continha verdade – a verdade pode ser o maior veneno, principalmente ao coração. Vomito então toda aquela verdade no seu ouvido: 
“Se fosse saudade teria sido sentida antes.”



Carência, essa é a palavra chave. Minha chave.

E então, depois de muito tempo com a língua presa e o coração sangrando, eu digo:
“E eu... eu já não sinto falta de você. Tudo que eu quero agora é uma agulha e uma linha, pra costurar os danos e seguir em frente.”
E a sangue frio, porque gosto da dor.


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